sábado, 26 de fevereiro de 2011

MINHAS MÃES E MEU PAI

 

INDICAÇÕES AO OSCAR 2011

FILME: MINHAS MÃES E MEU PAI

MELHOR ATRIZ: ANNETTE BENNING

ATOR COADJUVANTE:MARK RUFFALLO

ROTEIRO ORIGINAL:

OPINIÃO PESSOAL: MUITO BOM

Um filme no mínimo ousado pela temática atualíssima do homossexualismo, principalmente quando envolve filhos. Entretanto soube captar, antes do preconceito sexual, o casamento com suas implicações: filhos, insegurança, amor, sexo…

A leveza com que o filme é conduzido não deixa espaço para questionamentos preconceituosos e a relação passa a ser vista, do ponto de vista família, normal; até o línguajar cede espaço para uma realidade que a sociedade não quer encarar, mas que torna-se simpática na relação mães e filhos.

Como uma experiência de laboratório o pai biológico é jogado dentro da trama e assistimos, sem torcer que assuma a paternidade dos filhos e se comprometa no casamento. Por um momento ficamos com a sensação que tudo é uma repetição de um casamento qualquer, e é. Há uma traição e um abalo no casamento das duas mulheres, e para surpresa os filhos apoiam a figura paterna (FEMININA) representada brilhantemente por Annette Benning.

Se o filme aborda a questão do homessexualismo, antes discute o casamento.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

COMO NÃO ASSEGURAR DOAÇÕES DE LIVROS AS BIBLIOTECAS PÚBLICAS DO ES SEM CONSTRANGIMENTO

bookshelf

 

Inocente como criança procurei informações na Biblioteca pública da FAFI a respeito de possível doação de livros. A pessoa que me atendeu não era responsável pela Biblioteca, mas me assegurou que não estavam recendo doações. Fiquei sem resposta.

Coincidiu que a resposta encontrei no mesmo dia ao ler o texto de Rita de Cássia Maia (Diretora da Biblioteca Pública do Espírito Santo) com o título “DOAÇÃO DE LIVROS”, publicado no jornal A Gazeta. Achei o texto sugestivo, então simulei uma possível conversa, com uma possível responsável por uma possível Biblioteca, caso esses possíveis personagens pensassem a doação de livros como sendo constrangedor. As falas aspeadas foram copiadas na íntegra do texto de Rita de Cássia Maia.

- Boa tarde senhora! Gostaria de obter algumas informações sobre como proceder para doar livros à Biblioteca. – Perguntei à bibliotecária.

- Um momento senhor.

Silêncio absoluto!

- Pode me acompanhar senhor? Por Aqui. Está vendo aquela porta adiante? – Respondi que sim.

- O senhor procure melhores informações lá. Boa tarde!

Toc, Toc,Toc, bati à porta e esperei retorno. Toc, toc, toc, a porta era estreita sugerindo que guardava um espaço também pequeno. Pensei se devia continuar batendo à porta ou retornar à biblioteca.

Retornei!

- Licença, senhora bibliotecária!

- Ah! É o senhor novamente!

- Bati por duas vezes e ninguém atendeu à porta.

- Qual porta o senhor bateu?

- Aquela que a senhora me indicou.

- Mostre-me, por favor!

Indiquei a porta com o dedo. – Aquela lá.

- Não senhor! Eu disse que era aquela outra mais à frente.

- Ah! Que descuido o meu. Peço desculpas!

Segui na direção indicada e diante da nova porta bati:

- Toc,toc,toc.

-Pois não, senhor! Atendeu-me uma senhora muito simpática.

- Gostaria de informações sobre o procedimento para doação de livros à biblioteca e a bibliotecária me encaminhou até esta porta.

- Ah, sim! Vamos, entre! Sente-se um pouco.

Sentei-me e a senhora abriu um arquivo de aço e começou a mexer alguns documentos. Retirou uma pasta e de dentro duas folhas de papel com perguntas para serem respondidas por mim, e as me entregou:

- O senhor preencha essas folhas, por favor!

Antes de preenchê-las passei uma rápida olhada e percebi muita informação pessoal do tipo: é doador de sangue e medula óssea? Sim ou não. Mora de aluguel ou possui casa ou apartamento? Se possui informe se é financiada(o) e por quem. Prefere a música clássica ou é adepto do Rock? E continuava com um batalhão de perguntas, uma puxando outra, que cheguei achar duas folhas economia de papel. Claro que isso é muito bom!

- É para preencher agora ou trazer depois? Estava sem ânimo para essa tarefa.

- Fica ao seu critério, mas precisamos do seu cadastro.

- Posso fazer algumas perguntas sem ter o questionário preenchido?

- Se o senhor não ocupar muito meu tempo... É que tenho horário marcado, o senhor sabe... Funcionário público não tem sossego; somos o cimento com o qual a sociedade se estrutura organizada e limpa.

- Claro! Disse com uma forte disposição em fazer concurso público. Aquela idéia de cimento e limpeza me tomou de assalto a tal ponto de me contaminar com a nobreza do funcionalismo público. Porém um estado de espírito enriquecido é fagulha para pouca pólvora. Levantei-me como a querer fazer uma grande declaração:

- Eu tenho alguns livros; romances, na maioria, que gostaria de doar à biblioteca pública. Já vi que vários títulos que possuo vocês não têm e, bom... É claro que não são livros novos na acepção corrente da palavra, mas se o manusear verá que são livros em perfeito estado de conservação.

A senhora jogou um balde de água gelada em minhas pretensões discurseiras:

- Não vou tomar muito o seu tempo, senhor! Serei rápida. Não estamos recebendo doações, e mesmo que estivéssemos há um procedimento técnico-científico muito criterioso. “Trata-se de levar em conta os objetivos da instituição, a preservação da qualidade de seus acervos e seu crescimento equilibrado em quantidade e qualidade.”

- Qual o objetivo..., Desculpe a interrupção senhora, mas qual o objetivo de uma biblioteca? Biblioteca é biblioteca, quero dizer...

Estava um pouco nervoso e não conseguia articular direito as palavras. Queria perguntar o que era crescimento equilibrado em uma biblioteca; será que ela estava dizendo que para cada romance eu deveria doar um tratado científico, um auto-ajuda...

Se eu doasse apenas romance obviamente o acervo “romance” cresceria em detrimento de outros títulos e aí poderia desequilibrar a qualidade no atendimento ao público. A biblioteca poderia ficar com má fama, já que os filósofos, teólogos, cientistas, matemáticos, estariam quantitativamente em menor número que os românticos: Machado, Dickens, Gabriel, Alencar, Alan Poe... Meu Deu! Como eu era ridículo e pequeno diante da grandeza daquela senhora que me expunha de forma tão nobre sua preocupação com a biblioteca enquanto eu, como uma larva, a destruía de forma tão insignificante e deprimente desejoso de doar alguns romances.

Ela olhou-me com desconfiança e continuou:

- Como deveria saber “todo material deve passar por uma análise prévia. A BPES só aceita uma determinada doação se tiver autonomia para selecionar o que lhe convém.

- É justo que seja assim, embora presuma que quem está disposto a doar livros a uma biblioteca pública não o fará com livros sem folhas. Não se trata de mera valorização do leitor, mas quem lê, presume-se, tem educação suficiente para lidar com os livros de forma diferente do uso comum (sabemos que o número de leitores no Brasil é muito pequeno, é um grupo seleto, consistente e consciente).

- Agora quanto ao que significa, nesse caso, a palavra “convém”... Parece-me que estamos falando de biblioteca pública, que contém livros de um lado e leitores ávidos por livros de outro, logo essa palavra torna-se bastante relativa, melhor dizendo é decisão pública. A senhora concorda?

- Em absoluto. Deixe-me explicar uma coisa para essa conversa fique bem clara. Nos tempos Antigos entendia-se doação “como um contrato solene, a doação é difundida na cultura ocidental como o ato de alguém dar a outrem ou a uma instituição, geralmente necessitados, um bem próprio...”

- Alto, lá! Exclamei. Meus livros foram comprados; são meus e se quero doar a uma biblioteca pública, tenho esse direito, melhor, dever de cidadão. A senhora por acaso guarda nota fiscal de livros comprados? Por outro lado Biblioteca tem o sentido, entre outros, de: Coleção pública ou privada de livros e documentos congêneres, para estudo, leitura e consulta. Também edifício ou recinto onde ela se instala. Esse conceito Renascentista de doação não se aplica, na modernidade, a doações públicas. Se a senhora não sabe, na Renascença não havia poderes de governo. Experimente doar carne estragada às escolas públicas, (se é que eles recebem) a senhora será presa. Por que com livros seria diferente?

- O senhor está ficando exaltado, estou tentando explicar como funciona a prática de doação de livros.

- Não estou exaltado, apenas quero doar livros à biblioteca pública e não são livros estragados.

- Muito bem, deixe-me perguntar-lhe uma coisa. “Que significado adquirem na atualidade as sucessivas doações de livros feitas por pessoas supostamente de boa vontade que, por contingência do volume que se acumula em suas residências, por falta de espaço ou de serventia para os filhos, que cresceram, “entregam” às bibliotecas seu precioso bem? Por outro lado, que sentido pode ser atribuído ao gesto de recolher o que muitas vezes resulta de limpeza geral e se mistura àquilo que já não nos serve?”

- A senhora está sugerindo que eu estou usando de artifício para me livrar dos livros? Que estou doando livros que não servem à biblioteca?

- Digo mais, senhor! “São ações técnicas com o propósito de evitar “duplicação, contaminação por fungos e sujidade, inadequação, congestionamento de espaços e de serviços, bem como constrangimentos.

-A senhora falou constrangimento? Foi isso que ouvi?

- Sim, senhor! Constrangimento, e se não se importa, já que não marcou horário, eu preciso sair agora.

Melhor será procurar coletores de lixo. Meu único receio é que os livros constranjam o aterro sanitário.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

COMO NÃO FAZER O BOLO DE CASAGRANDE, PARTE II

I

Ok! Sabemos que o bolo tem nome: “CAMINHOS DO AMANHÔ. Soa um tanto místico, profético mesmo; e quem nos fala desse novo amanhecer de verão é o governador quando, através de seu secretariado e autoridades presentes se refere ao “PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO” de governo:

- O que desejo ver em cada um de vocês é a saudável ousadia de quem confia no potencial do nosso Estado e na capacidade de nossa gente. Vamos pensar GRANDE(!!!), POIS GRANDE SÃO AS OPORTUNIDADES QUE ACENAM PARA NÓS NO HORIZONTE. – Nem quero comentar isso.

Não sei bem a razão, mas confesso que lembrei a fala de Lula quando assumiu o governo dizendo que seus ministros seriam sabatinados toda semana e... Não foram! Não, não! Acho que foi o tratamento dado pelo governador à esposa e primeira-dama:

-Virgínia é a maior autoridade do governo. – Belas palavras proferidas com sensatez no discurso de abertura dos trabalhos no Centro de Convenções. Esse comportamento político dos políticos em relação às esposas não era comum antes de LULA, era?

Em verdade nossos políticos são bastante sutis às necessidades de sua “grande gente”, principalmente em época de eleição, e não se iludam, precisam manter a postura de subserviência ao povo também durante o mandato; isso se desejar mais quatro anos de trabalho duro no cargo. Foi exatamente isso que Lula fez. Portanto não é à toa o “bolo” que Casagrande está preparando; ele soube se articular com LULA e sua tropa de Elite muito bem enquanto estava no Senado, e agora oferta, com gracejos “FACTOIDES” (outro grande trunfo da administração LULA: bater com humor) a essa “grande gente”, fazendo apenas uma ressalva de cunho Lulista:

- Não vamos discutir, aqui, projetos sem viabilidade. Não vamos discutir factóides ou peças de propaganda. Nosso compromisso é produzir um plano de trabalho factível, responsável e adequado às necessidades dos capixabas.

O que ele está dizendo e fazendo não é um grande factóide? Está preocupado com o resultado dos trabalhos e não vai aceitar que seus subordinados viagem na maionese!

Afinal, quais foram os critérios para a contratação desse time? Exclusivamente políticos?

O que significa produzir um plano “factível, responsável e adequado às necessidades dos capixabas”? Isso quer dizer que o governo anterior era irresponsável e nada será aproveitado? Ou quer dizer que o nível desse secretariado é precário para a responsabilidade?

Acorda Espírito Santo. Não é o governo quem diz o que deve ser feito. Somos nós quem enfrenta as filas nos postos de saúde pública, e quando somos atendidos não temos o devido dinheiro do remédio. Nossos filhos estudam em escolas constantemente ameaçadas por traficantes, alguns morrem e são enterrados como indigentes. Acordamos de madrugada para conseguir um lugar no ônibus que sempre passa atrasado e cobra muito, muito, mas muito caro mesmo.

Quem está discutindo projetos sem viabilidade, senhor governador? Queremos o que a Constituição nos delega: Educação, Saúde, Transporte, Segurança. O resto é falatório factóide, a exemplo dessa gastança toda por conta de um projeto que será engavetado por conta de uma simples, mas esquecível conta: não dá mais para pedir sacrifício do povo.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

TEMPO FRAÇÃO

 

O CRÉDULO

Não quero pensar tempo fração:

Tempo ontem, hoje ou amanhã...

Quero pensar o tempo depois do depois

Face do abismo... Trevas!

Dizes que é louco meu intento?

Tu alegas serem terços, os compostos da existência

Desde o princípio da vida, nada além?

Estás enganado, meu amigo!

Esqueces, e não lembras.

Anterior ao pensamento está à lembrança

...Face!

Queres enfim afirmar-me a nobre trindade:

Nascimento, vida e morte;

Potência unida ao abismo Informe...

Já não tens juízo. Louco.... É meu coração!

O INCRÉDULO

Vês a máscara do meu riso ao menos uma vez.

O riso dos filhos incrédulos, pródigos.

Dos que escrevem um libelo, do flagelo .

Ouves, por fim!

O cálice do vazio a essência eclodiu, e

Das águas, se fez Pai, Filho e Espírito

Governa nações quarto terço.

...Abusão da razão.

COMO FAZER BOLO DEMAGÓGICO DE GOVERNO ESTADUAL

renato casagrande

DESTA VEZ POR: RENATO CASAGRANDE
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL: SECRETÁRIO DE PLANEJAMENTO GUILHERME PEREIRA.
CONVIDADOS: MAESTRO JOÃO CARLOS MARTINS
ECONOMISTA JOÃO SICSÚ
JORNALISTA PAULO HENRIQUE AMORIM
COM: - Seminário de Planejamento Estratégico do Governo do estado (SPEGE) e
- Plano Plurianual de Aplicações(PPA)
Primeiro o governo envia seus cocos e bananas, depois as batatas quentes de Hartung ao SPEGE aos cuidados do secretário Guilherme. Este, por sua vez, com a ajuda de seus auxiliares, bate tudo no liquidificador por 24 horas; após o que, com as formas untadas (dez ao todo), despeja-se a massa e deixa repousar mais ou menos seis meses. Durante esse período ela cresce totalizando 200 bolinhos.
Enquanto isso há o período de descanso da equipe, afinal ninguém é de ferro, preenchido com uma série de conversas complexas regadas a whisky e lagostas; então cada cidadão que se vire, ou seja, se tiver que morrer, morra logo, o SUS não o salvará; se não for à aula, que se dane, ninguém quer estudar mesmo; mas se deixar de trabalhar e recolher impostos... CUIDADO! A PF, PM, PC, RAIOS E PATOS TE PEGARÃO.
Passado esse período é hora de retirar a massa do forno e decidir o que fazer. É preferível colocá-la no PPA e esperar por mais quatro anos. Antes é preciso distribuir as senhas aos mais pobres... Por cautela, só isso! Afinal em quatro anos pode acontecer muita coisa; tipo: Poucos comerem muito bolo e muitos nada comerem.
Então vamos dar um “VIVA” ÀS SENHAS!
Em nota ao jornal A Gazeta pág. 18 de 22 de fevereiro de 2011 o secretário declarou:
- Nunca se fez no Espírito Santo um processo de formulação do PPA como este que estamos fazendo.
Tanta euforia provocou um surto de ESTRESSE. Foi necessário contratar o Maestro João Carlos Martins para promover palestra “MOTIVACIONAL” (não entendi! - MAESTRO??). “Ele toca peças de Bach e Tom Jobim, acompanhado pelo Quarteto Bachianas.”
Pensando bem, acho que entendi o motivo da vinda do maestro: amanhã, quarta 23, o governo passa o dia com os bolinhos nas mãos em reunião com o economista João Sicsú, do IPEA. E na quinta palestra com o jornalista Paulo Henrique Amorim (quanto prestígio da turma do CORECON ES!), aquele apresentador da Record, funcionário do bispo Macedo. Ah, tá!

domingo, 20 de fevereiro de 2011

PAIXÃO QUE MATA

 

INDICAÇÕES OSCAR 2011

FILME: CISNE NEGRO

ATRIZ: NATALIE PORTMAN

DIRETOR: DARREN ARONOFSKY

MONTAGEM

AVALIAÇÃO PESSOAL: EXCELENTE

ASSISTA AO TRAILER :

“É preciso ter o diabo no corpo para vencer em qualquer uma das artes”. ¹ Disse certa vez Voltaire -filósofo, escritor, diretor... Francês- ao exigir, da atriz que iria representar sua Tragédia, Mérope, viúva de Cresfonte, rei de Melleve, perfeição na simulação do sentimento de paixão. Ela reclamava que era preciso ter o “demônio em pessoa” no corpo para corresponder o que ele exigia.

O demônio da atriz foi exorcizado pelo médico vienense Sigmund Freud através da Psicanálise, que busca o significado “oculto daquilo que é manifesto por meio de ações e palavras ou pelas produções imaginárias, como os sonhos, ou delírios, as associações livres, os atos falhos.”

O que Voltaire entendia como “diabo” Freud compreendeu “prazer”, e associou a sexualidade como sendo a fonte. Ele dizia que a busca do prazer é a “maneira que temos para dar vazão ao forte impulso sexual que chamamos libido”. Cabe a sociedade normatizar essa vazão, e assim chegamnos ao ponto onde queríamos com toda essa “pajelança” teórica, ou seja, a energia sexual, para a psicanálise, é a mesma energia que utilizamos para trabalhar, divertir, produzir conhecimento, enfim, a energia responsável pela criação do que conhecemos como civilização humana.

Cisne Negro é o nome da peça teatral ansiosamente aguardada pelo público. Em verdade a história trabalha em duas perspectivas de abordagem do sentimento amor/paixão como objeto sobre o qual investimo libido: o cisne branco por quem o príncipe se apaixona e o cisne negro, que o seduz fazendo com que o cisne branco se mate; a bailarina deve representar os dois papéis.

A escolhida tem uma relação não bem resolvida com a mãe, e trabalha o sentimento de amor construido pela sociedade enquanto discurso repressor, modelo do amor perfeição. Por outro lado tem dificuldade em se ajustar ao modelo paixão, exigido pelo diretor na cena da dança do cisne Negro: entrega louca e desvairada ao ser amado. Esse sentimento represado começa a ser combatido pelo corpo com vômitos, dores, sofrimento de angustia e incerteza.

Só então, quando ela descobre a mãe na platéia, numa atitude de rompimento, baila com a perfeição exigida pelo diretor, ou como Voltaire desejava de sua atriz: com as “forças do demônio”.

Tallentyre. A vida de Voltaire, terceira edição; pg 145.

O NERD E A PUTA

 

INDICAÇÕES AO OSCAR 2011

FILME: A REDE SOCIAL

ATOR: JESSE EISENBERG

DIRETOR: DAVID FINCHER

ROTEIRO ADAPTADO

MONTAGEM

AVALIAÇÃO PESSOAL: MUITO BOM

Imagine que seu vizinho é um nerd, e surpreendentemente tem uma namorada, bonita, gostosa e inteligente. Nessa ordem; o sexo não pensa, e o sujeito normalmente é tendencioso as coisas do sexo em primeiro lugar. Isso é uma constatação, não uma afirmação dogmática.

Agora imagine que esse sujeito, por ser nerd e ter uma namorada, se considere um deus que tudo sabe e tudo pode; aquilo de onisciência prepotente sacou? Aí ele diz a ela:

- Você é uma puta, transou com aquele cara da porta...

Também não sei qual porta. Isso importa? – Rima babaca? Isso importa!

Ela responde que ele é um nerd; de maneira agressiva e como se só agora tivesse conhecimento.

É verdade, também não sei quanto tempo eles estavam juntos. Digamos que ela é masoquista; mas tudo tem limite, e convenhamos, nos dias atuais o sujeito chamar a namorada de puta...

Namoro acabado... E agora? Você acha que ele chora, compra uma garrafa de cachaça e vai para a boate azul até amanhecer o dia e então pula da terceira ponte? Qual o quê! Esqueceu que ele é um nerd? Pois bem, em apenas sete dias (algo me lembra de alguém ter feito algo em sete dias...) o cara ganha uma idéia, recebe dinheiro do amigo, monta uma empresa, sacaneia todo mundo... É preciso lembrar que ele teve aulas com o bilionário Bill Gates!!!! Não é pouca miséria, nem pouca burrice, leia-se estratégia; afinal a empresa, hoje, está cotada na bolsa algo em torno de 25 bilhões de dólares.

Agora imagine esse mesmo carinha com cara de cara que sempre leva na cara, mas é só cara, ao invés de bolar uma “rede social” resolve explodir o prédio onde você mora... Alguém dirá:

- Não pode ser verdade; conheço aquele rapaz desde criança; é incapaz de matar uma mosca... Vive para estudar, é um doce de menino. Quem dera se ele fosse presidente!

São estranhos os caminhos do progresso!!!

Parabéns a nossa presidenta Dilma que pretende expandir a “rede social Bolsa Família e demais bolsas, bolsinhas, bocetas, cuecas e malas, etc. e ta”. Isso importa. E se ela resolve explodir nossa casa... Não! Como poderia ser? Aqueles olhos cálidos, sorriso sincero, andar de bailarina e voz angelical... NUNCA!!!

O OSCAR 2010, UMA CHATA E NADA MAIS

 

INDICAÇÕES AO OSCAR 2011

FILME: BRAVURA INDÔMITA

ATOR: JEFF BRIDGES

ATRIZ COADJUVANTE: HAILEE STEINFELD

DIRETOR: JOEL COEN E ETHAN COEN

ROTEIRO ADAPTADO

AVALIAÇÃO PESSOAL: BOM

Há duas formas de entender BRAVURA INDÔMITA.

A primeira é avaliando o grau de diferença ou verossimilhança com a primeira produção estrelada por John Wayne em 1969 – OSCAR melhor ator; aí a coisa fica estranha, porque BRIDGES – OSCAR melhor ator 2010, nem de longe se assemelha ao astro dos anos 60.

A segunda forma seria considerar (se isso é possível para quem assistiu o primeiro longa) como sendo produção singular. Aí vale ponderar alguns pontos:

O tema está meio fora de moda, mas isso não é problema para a turma do bang bang, que se apóia no ritmo selvagem, sempre em velocidade; e o padrão moral de bom e mau em lados opostos; sem meio-termo.

Então voltemos à atenção para o astro do OSCAR de 2010, e aí veremos a caricatura do personagem de CORARAÇÃO LOUCO; com uma diferença: um decadente musical é uma coisa, já um pistoleiro decadente e bêbado... É outra coisa! A cena mais impactante se dá no confronto com vários bandidos em que o xerife disparando mata quase todos, exceção de um, que não morrendo o mata. Se eu não estivesse no cinema diria que eram meus filhos brincando de faroeste...

Quanto à guria Steinfeld (que agita toda essa confusão porque mataram o pai dela), concorre ao Oscar como melhor atriz coadjuvante... É merecido!) Fico imaginando o que a pobre órfã não fará caso não erga a estatueta na festa de 27 de fevereiro. Ela é mais chata que BRUCE WILLS em DURO DE MATAR 1, 2, 3... Com certeza a festa do Oscar virará a festa do Oscarito, com direito à torta na cara e muito mais. (Nada contra o grande comediante brasileiro, sucesso das chanchadas brasileiras dos anos 60; muito ao contrário, a relação é que Oscarito e Grande Otelo quando se juntavam era uma comédia.) Justiça seja feita, a jovem órfã (deve ter feito faculdade de direito no oeste americano tal a insistência em recorrer às leis em sua defesa) encara de igual o monstro BRIDGES do Oscar 2010. Mas é chata!

COMO CURAR A GAGUEIRA COM BOLINHAS DE GUDE

 

INDICAÇÕES DO OSCAR 2011

- MELHOR FILME: O DISCURSO DO REI

- ATOR: COLIN FIRTH

- ATRIZ COADJUVANTE HELENA BONHAM CARTER

:- ATOR COADJUVANTE: GEOFFREY RUSH

- DIRETOR: TOM HOOPER

- ROTEIRO ORIGINAL

- MONTAGEM

- AVALIAÇÃO PESSOAL: BOM

Convenhamos o quanto é difícil governar sendo gago; tropeçando nas letras naquele estádio cheio de gente, naquela Inglaterra arrogante; na iminência da morte no discurso ameaçador (cristalizado) do neurótico Hitler: “Vou matar vocês antes que o seu rei termine o discurso”.

O presidente... Desculpe o engano, o Rei com a farda pomposa – presidente é invenção de pobre; isso na cabeça dos intransigentes Ingleses. Já repararam que apenas eles, no mundo, constroem carros com o volante no lado direito? Será que eles estão certos e por causa da gaguez não conseguiram dizer o motivo de tanta convicção? – olha aquela multidão e aí... Olha para a câmara pálido, mudo, parece que tudo vai desmoronar; até os figurantes se irritam, e não é para menos, a guerra está para acontecer (a segunda mundial) e o Rei não diz nada, nadinha de naaa... Da.

Uma coisa o filme faz jus, você não vê pobre. Onde se vê Rei não se vê pobre. A verdade é que pobre não pede esmola a rei, é decreto real com punição de morte, para o pobre é claro; e o filme não poderia explorar essa ignomínia.

Enfim, o Rei fica muito puto e não é com a guerra, com as mortes e destruições, é com a gagueira; que, segundo avaliações recentes da medicina moderna não há cura, (vá que naquela época eles não soubessem disso!), no entanto, e eis é o grande lance do filme, ele conhece um sujeito pilantra que se diz médico - aqui no Brasil seria chamado de charlatão - e que curaria a gagueira dando-lhe bolinhas de gude para brincar na boca.

Um famoso crítico de cinema brasileiro chegou a dizer que o mérito do filme é essa relação que começa azeda e termina amorosa (no bom sentido, é claro), que faz a delícia do público.

É isso aí! Ele fica curado, assume a amizade com o médico charlatão que tanto agradou ao nosso crítico... Ah! Vocês viram a cara de Churchill? Não foi à toa que a Luftwaffe alemã foi neutralizada pela RAF britânica no mar do norte; e a Operação Leão do Mar foi adiada inde... De...Fi.. Finida...men...mente, ufa!

Ainda há quem diga que um e-mail anônimo circula entre os votantes da Academia apontando ligações do monarca vivido por Colin Firth com ação contra os judeus antes da II Guerra.(?)

sábado, 19 de fevereiro de 2011

PÉ NA CABEÇA E CABEÇA NOS PÉS

 

 

INDICAÇÕES DO OSCAR 2011

FILME: A ORIGEM

ROTEIRO ORIGINAL

AVALIAÇÃO PESSOAL: RUIM

Um cara chamado Michel Foucault disse que a “patologia mental só tem realidade e valor de doença no interior de uma cultura que a reconhece como tal”.

Podemos dizer então que as diversas manifestações patológicas mentais só são consideradas como mórbidas quando houver alteração de grau de personalidade, e mesmo assim considerando que a cultura a reconheça como doença. Se alguém calçar sapos, de cores diferentes, será visto dentro de sua cultura, no máximo, como exótico. Entretanto, no início do século passado seria metido num sanatório.

Agora vamos imaginar um sujeito que está num sonho atuando ativamente para transformar a realidade. Isso é A ORIGEM. Um pé na cabeça e uma cabeça nos pés, e não adianta você querer colocar a cabeça no lugar porque você não saberá se ela está no sonho ou na realidade, ou seja, o filme não interage; dessa forma você se deixa conduzir como desfocado da realidade/sonho, tentando acreditar na sustentação teórica de que é possível, através da tecnologia, (isso me assusta) operar num mundo paralelo que se esbarra todo instante com a realidade.

Não terminei de assistir o filme. Minha cabeça estava saindo de lugar e a tela estava invertida.

Não entendeu? Assista “A ORIGEM”

Em tempo: Tenho lido algumas postagens classificando o filme como um dos melhores, em razão de seu entendimento estar “entre linhas”. Infelizmente tais pessoas não identificam o sentido que está por trás dessas ”‘entre linhas”. ?????

DROGAS E OVOS NO OSCAR 2011

 

 

 

INDICAÇÕES DO OSCAR 2011

FILME: O VENCEDOR

ATRIZ COADJUVANTE: MELISSA LEO - AMY ADAMS

ATOR COADJUVANTE: CHRISTIAN BALE

DIRETOR: DAVID O. RUSSELL

ROTEIRO ORIGINAL

MONTAGEM

AVALIAÇÃO PESSOAL: BOM

Tudo bem que Rock Balboa (estrelado pelo atlético Sylvester Stallone), um miserável babaca lutador de boxe, sem cozinheira, queria se casar e precisava de dinheiro. Tudo bem que aceitou o desafio do campeão mundial peso pesado – Apollo - e o nocauteou no último round. Tudo bem que tenha sido sucesso de público e de crítica, levando a estatueta do OSCAR de melhor filme do ano-1976. Afinal o então jovem atleta bebia ovo de galinha cru deliciosamente batido no liquidificador (será que as galinhas americanas não transmitem SALMONELLA?(???)), e comia bacon frito no breakfast antes de sair correndo, alguns quilômetros, até conseguir subir as escadarias de um edifício. Quanta gente chorou de emoção nessa cena onde a câmara rodava em torno dele, os braços levantados para o céu numa atitude de campeão. Só de lembrar o filme tenho vontade de chorar...

Pois muito bem, o novo “vencedor” de o VENCEDOR não come ovo, mas é treinado pelo drogado do irmão; um ex-pugilista que derrotara o campeão na sua categoria (ninguém sabe se o campeão escorregou ou se foi agredido, eis um trunfo do filme) e vive desse passado que só ele sabe se é verdadeiro ou não, e age como se fosse. Por sua vez, o irmão mais novo, que já andava meio aborrecido com a falta de compromisso do seu treinador e da esperteza de sua mãe, que o empresava (Você já deve ter visto essa coisa chata de família unida se roubando unida e todos sabendo calados), conhece num bar uma mulher que à semelhança do ovo de Rock o faz campeão. Faz mais, consegue além de curar o cunhado do vício (aqui sejamos justos; não foi diretamente, mas isso não importa; o que importa é que ele, depois de algumas dores de abstinência na prisão, sai direto para ajudar o irmão vencer a luta. Segue-se um blá, blá, blá sobre se, além de curado, ficara também responsável, ou o contrário) unir toda a família.

Atenção especial para a estratégia: “golpe em baixo, golpe em cima – golpe em baixo, golpe em cima. Foi assim que o primeiro irmão ganhou a luta (presume-se, caso não tenha sido a queda), e é assim que o outro irmão deverá ganhar a luta. Pasme, ninguém sabia dessa estratégia, nem mesmo o campeão derrotado.

Hoje a família anda chatamente unida; não rouba uns aos outros, vai ao cinema aprender novos golpes, sem drogas e sem ovos.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

OSCAR 2011 PREMIAÇÃO

PRINCIPAIS INDICADOS



clip_image002

Varejo de Cultura mantém uma relação estreita com o cinema por entender que essa arte, como manifestação da produção cultural, (não diminuindo o valor das demais elaborações humanas) incorpora na sua prática aspectos vários de outras áreas dos saberes humanos: Literatura, música, Teatro...
Sendo assim, não poderia ficar de fora da festa máxima do cinema, tão ansiada por atores, diretores, e principalmente pelo público, primeiro homenageado da Academia.

FILMES INDICADOS AO OSCAR 2011

127 HORAS

A ORIGEM