quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A verdade é uma mentira bem contada. Será?

Um amigo meu contou-me, certo dia por ocasição do encontro anual dos ex-alunos da escola de segundo grau X, que  Fulano (relembrado pelo Alberto observando que o dito colega não comparecia às reuniões porque sentia vergonha da ofensa de terem-no rotulado pelo resto da vida, quando era estudante, de não gostar de meninas.) novamente não compareceria, e pelo mesmo motivo de todos esses anos de ausência, vergonha de tamanha mentira, pelo menos é assim que pensa.

- Mas é a mais pura verdade! Exclamou Bernardes. Nunca vimos, pelo menos eu nunca o vi olhar, apreciar, as pernas roliças, macias, por debaixo da calça jeans de Fernanda, aquela belezura que endoidava todo mundo. Digo mais, alguém aqui, alguma vez, o viu participar dos comentários que fazíamos dela? Muito ao contrário; ficava nervoso e saía para brincar com quem?... Hein?... Com aquele veadinho... Como era mesmo o nome dele?

- É tudo verdade, tudinho, tudinho... Sou testemunha. Vocês não lembram que ele não fazia direito, ou melhor, não fazia mesmo os exercícios daquela gostosona da professora de ginástica? Dizia que não tinha forças, que ficava cansado... - Qual o quê, BOIOLÃO, BUNDA ROXA, VEADOOOOOOOOOOOOOOOO! FIUUUUUUUUUUUUUUU!

- E AÍ, GALERA! VOCÊS LEMBRAM QUANDO ELE CHEGOU COM AQUELA CAMISA COR-DE-ROSA, O CABELO EMPASTADO,... FOI..., DEIXA VER... NA FESTA DE FERNANDA, ELA FAZIA 15 ANINHOS, MEU DEUS! LEMBRAM A CAMISA DE ALGODÃO QUE ELA USAVA? E A CALÇA APERTADINHA, ERA UM JEANS, EU ACHO QUE ERA UM JEANS. ERA SIM, MAS O CORPINHO DELA FICAVA UMA LUUUUUUUUUUUUUUUVA, FIUUUUUUUUUUUUUUU!

- PERA AÍ, MOÇADA! OLHA O LÚCIO ESTÁ CHEGANDO. AÍ LÚCIO, TUDO BEM?

- Tudo bem. Porque todo esse barulho?

- Estávamos falando do Fulano, a bichinha. Lembra-se dele, dela, sei lá!

- Não. Por que deveria me lembrar? Têm certeza que o nome era Fulano?

- Não sacaneia Lúcio. Todo mundo se lembra dele. Como é que você não lembra? Você costumava empurrar o banana, dizia que não andava com bicha, essas coisas de MACHO. Era um baixinho de cabelos empastados que vivia se enroscando com a Fernanda e aquele outra bichinha que nem lembro o nome dela.

- Um baixinho que andava com Fernanda? Lembro bem de Fernanda... E puxando um pouco pela memória... Hummm!... Lembro que Fernanda andava mesmo com alguém, também estou lembrando que o empurrava quando via agarrado nela, era um seboso.

- Então, faz um esforço e você se lembra dele. É porque ele não brincava com a gente. Mas esteve no aniversário de 15 anos de Fernanda. Você também estava lá, lembra? Tem que lembrar, caramba. Foi nessa noite que você quis ficar com ela e ela te deu um tremendo fora...

- Claro que lembro. Mas a história não é bem essa não. Fernanda não quis ficar comigo porque dei uma porrada naquela bichinha, e Fernanda ficou uma fera comigo. Pera aí, não era um carinha...

-Esse mesmo, com camisa cor-de-rosa...

- Éééééééééé! Aquela bichinha nojenta! Vocês lembram, que quando acertei o rosto dele sangrou?

- Cara, e ele chorou como uma bichona louca. FIUUUUUUUUUUUUU!

- UMA CERVEJA AÍ, GENTE! VAMOS COMEMORAR O DIA EM QUE O LÚCIO TIROU SANGUE DAQUELA BICHA. VIVA LÚCIO, O TIRA-SANGUE DE BOFE...

- PERA AÍ, GALERA! SILÊNCIOOOOOOOO! Ha uma dama no recinto dos homens. Onde está o respeito de vocês?

- Senhora, peço desculpas pelo nosso comportamento... Um tanto... Infantil. Estávamos rememorando um velho amigo e a saudade nos deixou um tanto alegres. Mas a quem devemos a honra? Devo dizer que aqui é um ambiente exclusivamente masculino, não sei como o proprietário a deixou entrar, mas estando dentro... Por favor, nos diga do que se trata. Como se chama?

- Fernando, e ainda tenho um belo par de pernas, um pouco musculoso. Querem ver se é verdade?... Não?... Porque o silêncio?... Então falo eu. Moro logo ali, ao lado da banca de revista. Estava indo à casa de minha amiga quando vi e reconheci vocês. Entrei para dizer que são uns babacas depois de tudo que ouvi. Ah! Quanto a Fulano devo dizer que está casado e tem um filho macho, como dizem. Adotaram o outro filho que ele teve com a sobrinha da professora de ginástica. Vemos-nos de vez enquanto, a mulher dele é aquela "bichinha feia" da escola.

- Ah! por favor, sejam educados, façam menos barulho. 

 

Resumo: Ou a mentira é uma verdade bem contada?

domingo, 29 de agosto de 2010

CULTURA na urna

 

O Jornal A Gazeta publicou no CADERNO2. AG DE 27 DE AGOSTO DE 2010 matéria sobre as “propostas de apoio à arte no Estado” dos candidatos estaduais ao governo. O jornalista  marcelo Pereira  fez uma única pergunta simples: “Caso seja eleito, quais suas propostas para a área cultural?”.

As respostas:

RENATO CASAGRANDE

“queremos manter os fóruns consultivos, formados por câmaras temáticas, pelo conselho Estadual de cultura”

Traduzindo: NADA. Isso passa à distância de proposta. Vê-se que Casagrande tem um pé fincado no campo… É um excelente empanzinador de linguiça.

LUIZ PAULO

“Minha política de cultura chegando ao governo vai se basear nas mesmas diretrizes e valores da política que adotei na época da Prefeitura de Vitória”. E acrescenta: “Temos que pensar a cultura como indústria cultural(…).

Traduzindo. Cultura é indústria. Acho que não precisa de comentários tamanho saber de cultura.

BRICE BRAGATO

“O fundo Estadual de cultura é insignificante, não passa de um prêmio de consolação para a cultura estadual”. Ela pretende avançar 1% para 2%, e acredita que cultura “passa pela parceria entre empresas, artistas e governo, nos moldes de Casagrande e Luiz Paulo. Ora, pergunto na pobreza de meus conhecimentos: empresas visam LUCRO, nunca cultura… Estou sentindo um cheiro de peixe estragado, ou é impressão minha, não sei; quem poderá me dizer. A CULTURA!

GILBERTO CAREGNATO

Implantaremos ações e programas midiáticos para que o povo possa ter conhecimento e usufruir do bem da cultura”.

Vocês conseguem ver o sujeito assistindo a novela da globo ansiando o momento do intervalo quando então poderá assistir um vídeo instrutivo sobre cultura?

Tenho a impressão que nossos candidatos devem ser melhor sabatinados para deixar mais claro que não têm nenhum compromisso com a cultura… Mas aí não terei candidato para meu voto, e preciso votar porque sou obrigado. Alguém sugira o quê devo de fazer…

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O BEM AMADO


Questionava nesse espaço com o título “alunos e professores: conflitos ou confrontos”, depois de argumentar que a solução passa inevitavelmente pelo poder público, alvo de crítica por esses mesmos personagens, e que, no entanto, repete seu voto na manutenção do conflito.
Assistindo o filme de Dias Gomes “O BEM AMADO”,

O bem amado
Atores: Marco Nanini , Matheus Nachtergaele , José Wilker,  Tonico Pereira, Caio Blat , Andréa Beltrão, Zezé Polessa, Drica Moraes 
site oficial:http://www.obemamado.com.br/
direção: Guel Arraes
roteiro:Cláudio Paiva e Guel Arraes, baseado na obra de Dias Gomes
produção:Paula Lavigne
música:Caetano Veloso, Mauro Lima, Berna Ceppas e Kassin
fotografia:Dudu Miranda e Paulo Souza
direção de arte:Claudio Amaral Peixoto


em cartaz, atinei que pode ser a melhor, pelo menos a mais didática, forma de compreender e dá resposta à quetão acima.
O filme começa com o “povo” invadindo a prefeitura de Sucupira, uma pequena cidade interiorana, sucedendo a morte do prefeito.
O carismático Odorico Paraguaçu (Marco Nanini) é então eleito prefeito, e a história segue com a persistência de construir um cemitério. Durante a execução do projeto rola todo tipo de propina, suborno etc. etc. entretanto o povo é mantido em silêncio, já que a administração é autoritária e o povo não  manifesta interesse; o foco do discurso está voltado para o defunto que não aparece para inaugurar o cemitério. Assim o filme se fragmenta com os personagens “levando a vida” indiferente à política e nem ao menos compreendendo que suas vidas estão sendo traçadas por um populista. As irmãs Cajazeiras estão preocupadas com o “solteirismo” imposto pelo prefeito, já que na cidade não tem oferta de homens. Zeca Diabo, pistoleiro regenerado, é usado pelo prefeito para arranjar um defunto; até o presidente da oposição (comunista) aceita propina para se calar diante de tantos absurdos. E Odorico é morto porque seu nome é vinculado a um crime passional.
Guel Arraes dirigiu o filme com a sabedoria e capacidade que lhes são próprias. Usando um recurso subjetivo de conotação de veracidade faz uma ligação do que se sucede em Sucupira com o golpe de 64, já que a novela, O bem amado, protagonizada pelo falecido Paulo Gracindo é verdadeiramente anterior ao golpe. E num dos momentos críticos, apresenta as diversas correntes política – inclusive o presidente Luiz Inácio da Silva – no palanque com promessas de apoio ao povo sofrido brasileiro.
Agora você deve está se perguntado: o que há em comum tudo isso? Assista o filme, olhe para sua vida, e se pergunte: sou alienado?, deixo-me  ser manobrado por discursos ideológicos? Se sua resposta for tanto faz, sempre existirá um aproveitador, lembre-se de cobrar a lição de casa de seu filho, e se perceber que ele não consegue avançar procure a escola, o professor, a diretora. Se nada der certo seja radical, não vote novamente no seu político de estimação: O BEM AMADO. Apenas divirta-se com ele, ele é o palhaço, que nos faz de idiotas.

sábado, 28 de agosto de 2010

ALUNOS E PROFESSORES: CONFLITOS OU CONFRONTOS IDEOLÓGICOS.

 

Às vezes é difícil mesmo fazer o dever de casa passado pela escola onde se estuda. E o é por um único motivo: não se ensina estudar, toca-se a matéria como se come batata frita, não importando se é causa de problemas orgânicos.

Quem perde? O aluno, sempre. Perde porque fica limitado a um determinado grupo social marginalizado, normalmente de baixa renda e condições precárias de vida.

E o professor? Esse faz a diferença porque é estudado, e está empregado. Mas às vezes acontece o inesperado na sua conduta:

- Por que não teremos aula hoje? Pergunta o aluno

- O professor adoeceu.

- De novo?

Aluno e professor, duas forças que se conflitam diariamente com interesses aparentemente concordantes, mas que não se conciliam por diversos fatores desagregadores de ambos os lados: família, ou ausência de família na educação dos filhos; ausência de proposta pedagógica que contemple a atividade educacional com eficiência, ou que pelo menos chegue à sala de aula; ou seja, que saia do laboratório, maior beneficiário de verba pública em detrimento do ambiente educacional. Mas principalmente pela percepção das forças envolvidas, principalmente pelo aluno, beneficiário direto da farsa de que o sistema (entenda-se o capital) necessita de mão de obra não especializada como reserva para um mercado em expansão; é mais ou menos como uma casa que mantém duas caixas d’água; uma para uso corrente e outra que será utilizada na falta da primeira, e enquanto isso não acontece é relegada a um canto qualquer sob condições de higiene precárias. A conseqüência é que a máquina educacional trava por falta de comprometimento e confronto com o embasamento social constituído. Dessa forma, o aluno tende a crê, por repetição, já que os estímulos positivos não surtem mais os efeitos desejados uma vez que o código linguístico não se renova. Então ele compreende que nunca se formará médico ou engenheiro, em verdade se repete nos calos de seus pais quando ainda enfeitiçado pelo discurso subjetivo da ética.

- Estuda menino (a)! Se quiser ser alguém na vida precisa estudar. Diz a sociedade cativa desse jogo de cartas marcadas.

O garoto (a) ao caminhar pelas ruas apreciando os belos automóveis, casas, roupas, etc.. cotejando com o seu ambiente de moradia, quer acreditar que estudando terá acesso a esses bens, e os teria se lhe fosse dada a oportunidade em condições de igualdade com as classes que se reproduzem em ambiente diferente, abastadas. É uma lógica perversa, porém intrínseca ao capitalismo. Sua esperança estaria nas “mãos” do professor (pelo menos uma melhora substancial no seu padrão de vida), a quem compete exercer o ofício de educar. Infelizmente ele, professor, negocia com o sistema em bases desiguais, não por incapacidade, mas por persuasão financeira. O salário sempre perde, tornando a prestação de serviço eficiente para os interesses dos mais fortes representados pelo poder público.

Poderíamos questionar então o motivo pelos quais esse garoto (a) e esse professor elegem os mesmos representantes que lhes fecham a porta de entrada social: Propaganda ideológica, capaz de alterar o campo cognitivo da pessoa, e ironicamente esse mesmo sistema é reabastecido por esses mesmos personagens sustentando indefinidamente o conflito, nunca o confronto...

E você? Já fez a opção DEMOCRÁTICA da obrigatoriedade do voto, e escolheu seu próximo candidato? Pense no seu País e nas possibilidades de melhoria de vida se souber identificar o melhor candidato por debaixo das diversas camadas de apelo ideológico. Tarefa difícil, Deus nos ajude!

Esse é um ponto importante, porém como o texto está bastante extenso farei nova postagem tentando compreender a perpetuação do poder público nas mãos de uns poucos privilegiados.

domingo, 25 de julho de 2010

Uma fábula política brasileira: De Dentro e De Fora, fora com Da Média

Eram dois irmãos: De Dentro e De Fora.

De Dentro era o mais velho, e por isso achava-se no direito de não trabalhar.  Dizia que o dinheiro da família devia ser empregado com parcimônia. Gostava de whisky, ópera, e de dá porrada no irmão. macaco Passava os dias vigiando o irmão, dormindo ou viajando para descansar.

As mais das vezes ficava pensando alguma forma de sacanear o irmão, De Fora. 

De fora, o mais novo, gostava mesmo era de praia, sexo,  rock e   cerveja com samba e mulher melancia.

Não conseguia ficar mais de um ano no emprego. O patrão não entendia que De Fora precisava descansar pelo menos quatro dias na semana. Andava cansado. Ganhava o auxílio desemprego e ficava esperando que o dinheiro acabasse para procurar outro, afinal não fazia sentido procurar emprego quando tinha um salário que supria suas necessidades básicas de garoto que ama a vida.

Como De Fora estava ficando mais tempo desempregado do que o costume, começou a ser ameaçado pelo irmão, que entendia que com esse comportamento não conseguiria tomar mais seu whisky, nem viajar. Não teve dúvidas, comprou um cachorro maluco, de nome maluco, que mordia De fora todas as vezes que ele sentava à mesa para comer.

Aconteceu que os dois irmãos eram apaixonados pela mesma  garota legal do bairro. Todos a admiravam. Era cristã, estudiosa, ficava as noites acordadas se perguntando  por que as estrelas não caiam do céu, nem por que as pessoas não despencavam da terra que era redonda, ou por que seu nome era Da Média, que merda!

De Dentro dizia que ela era sua namorada, De fora dizia que  tinha almoçado Da Média.

A verdade era que Da Média dava e namorava os dois irmãos, mas não se definia por quem casar. Gostava do carro de Dentro, mas quando via o rebolado de De fora exasperava-se, contorcia-se e esquecia que era namorada de De Dentro.

E assim o tempo foi passando para os três. Com almoços às escondidas de Maluco…, umas três mordidas no traseiro de De Fora, que a essa altura da história emagrecera uns 10 kg.

Da Média preocupada com o Enem e De Dentro tentando uma maneira de achar dinheiro sem fazer esforço.

Numa manhã de primavera, fazia frio, De Fora resolveu comer uma banana antes de ir à praia surfar. Maluco, o cachorro, quando viu De Fora descascar a fruta atirou-se com toda responsabilidade de cachorro abocanhando certeiro  a banana de De fora, que teve de ser operado às pressas por Sus, amigo de De Dentro.

Da média rezou uma semana para Santos e Santas e até matou uma galinha, e por via das dúvidas foi a um terreiro levar seus votos de devota. Afinal, De Fora não podia ficar sem a banana. Imagina que desgraça, dizia ela desconsolada.

Mas houve um contratempo, era aniversário do filho de Sus.Faria quinze anos o cabra.  Sus prometera quando o garoto nasceu que  quando atingisse a idade de quinze anos levaria o “filhote” para “zona”, conhecer mulher, essas coisas de macho. Tudo preparado. Então Sus acordou cedo e foi acordar o filho. Bateu várias vezes na porta do quarto. Sem resposta. Abriu-a, tudo escuro e nada do filho. Sus saiu correndo pela casa desesperado com a ausência do menino. Sumira justamente no dia em que faria 15 anos.

Acordou a mulher que fora dormir com calcinha  de leopardo e um pompom vermelho costurado à MÃO, e NÃO…Sus não observou esse pequeno detalhe. Nem podia, estava ansioso com o presente ao filho que agora sumira.

- O menino foi passar a noite na casa da namorada. Logo estará em casa, homem. Baixe esse fogo que deveria ter sido acesso ontem à noite para assar o leopardo. Agora ele deve estar longe, em outras paragens, fugiu para outras matas e não tem dia para voltar. A essa altura é provável que seu filho tenha caçado o animal e deva estar chupando os ossos.

Sus não se conformou e ligou para o patrão dizendo que não trabalharia nesse dia porque o filho havia sido raptado. “Qualquer dúvida é só contatar o sindicato.”

Da Média achou uma baita sacanagem do Sus.

E agora? Sem a banana de De fora seu mundo ficava sem sentido. Ligou para De Dentro exigindo uma solução. De Dentro alegou compromissos de última hora. Indagou o que tinha  haver com a banana do irmão. “Por que essa preocupação com um imprestável que vive nos botecos enchendo a cara sem responsabilidade?” Havia algum motivo especial para Da Média “exigir” uma ação? Nunca se envolvera com problemas tão pequenos… agora exige?

Frustrada, Da média resolveu dar uma banana à De Dentro, que não se preocupou com seu problema, mesmo correndo o risco de não mais andar de carro. Correu aos braços de De Fora apaixonada, e com as próprias mãos delicadas costurou a casca da banana de seu amado, que por pouco não caiu. Da Média, que implantou uma tala de  kriptonita na banana de De Fora, que agora achava-se com super poderes, tornou-se a mulher mais feliz do mundo jurando ser fiel e obediente à De Fora, até que De Dentro se desculpasse (esse detalhe De Fora nunca saberá).

De Fora então resolveu tomar satisfações com De Dentro que estava com sérios problemas com os EUA. Obama havia sido eleito e De Dentro achava que isso não era saudável para sua vida tranquila.

Então resolveram perguntar a Da Média quem ficaria tomando conta do dinheiro da casa. Ao que ela respondeu: Chegou a hora de De Fora botar a banana para fora e deixar De Dentro descansando.

Acordo firmado. Da Média agora come a banana – há exatos oito anos - de Dentro que ficou de fora, e namora De fora que ficou de dentro. Sua nota no Enem foi muito baixa e ela ainda se pergunta por que as estrelas não despencam do céu.

“De preferência na cabeça dos dois irmãos.”

terça-feira, 6 de julho de 2010

Arrogância retira Brasil do hexa


Da mesma forma que todos os torcedores da seleção brasileira, e não apenas do Brasil, fiquei Indignado e frustrado com o péssimo desempenho dos nossos gloriosos atletas em terras africanas.
Questionei indignado: o que aconteceu?
Afinal estávamos de alguma forma, todos, noite e dia, com sol ou chuva, assessorando cúmplices e esperançosos (tanto que fomos à rua acreditando que chegaríamos ao final do campeonato. Quem nos deu essa esperança vã de que seríamos vitoriosos, Já que agora se comenta o grande erro da escalação?) o técnico e seus filhos milionários... Os únicos, inigualáveis penta mundiais. Parece que esquecemos a presunçosa Holanda! Quanto atrevimento vencer o Brasil de virada por... Deixa prá lá!

Perdemos um jogo vencido já no primeiro tempo. Não dá para acreditar. O que aconteceu? Repito folheando o noticiário em busca de respostas. Confesso que não encontrei o que buscava, não há explicação única, mas com certeza parte da resposta está nos bastidores da seleção.

Ouvi muitas respostas à minha indignação: “O time jogou um futebol de retranca”. “Dunga escalou muito mal os jogadores”, poderia citar outros tantos motivos do tipo: talvez a alimentação do hotel não tenha sido adequada. Ou, quem sabe, o clima não favoreceu nossos caros representantes... Chegaremos a algum lugar trilhando esse caminho?

Contudo, lendo com cuidado o jornal A Gazeta de 6 de julho de 2010 à página 02, li dois depoimentos que talvez joguem alguma luz nesse desastre de 1 para o Brasil, 2 para a Holanda.

Primeiro depoimento apresentando a foto de Dunga de olhos fechados parecendo fazer uma força descomunal, como se desejasse pôr um ovo, ou algo do gênero... Cuspiu essa pérola: “O principal é saber que o povo viu que os jogadores tinham comprometimento”

Eu não vi nada, nem tenho nada com isso. Não ganhei um único centavo para vestir a camisa amarela da seleção. Estou triste com o resultado porque estou verdadeiramente comprometido com os jogadores e técnico, representantes do Brasil. O inverso não tenho certeza se é verdadeiro! Mas vi muita arrogância em um técnico que desdenhava dos reclamos de um povo farto e desiludido de ingerir, em outras áreas politizadas, desmandos institucionais, e que por isso se voltava com ardor para sua paixão: Futebol.

Em respeito a esse povo, técnico e jogadores têm a obrigação de se entregar sem reservas.

Segundo depoimento apresentado a foto de Júlio Cesar aparentemente reflexivo, ou apreensivo de ser roubado dentro do aeroporto do Rio: “Agora eu sei o peso que tem a falha de um goleiro do Brasil numa copa”.

Parece-me estranho um jogador de seleção só avaliar as conseqüências de sua profissão quando comete um erro. Se ele fosse pedreiro e estivesse trabalhando na laje de uma casa no morro de vitória em dia de chuva, e caísse... Será que ele iria saber e nos contar o quê é a morte?

Que fique uma lição disso tudo, somos propensos a erros e derrotas como qualquer nação do planeta. Perdemos, é verdade e nada irá apagar essa derrota. Encaremos o fato sem subterfúgios. Fomos incompetentes, nada mais. Se houve exageros da mídia, e houve, e dos torcedores, e se Dunga foi um tirano irresponsável, convenhamos, não agiu sozinho...

Todavia quem sabe agora possamos estar comprometidos com nossa cidadania, tratar de ganhar nosso prêmio com responsabilidade perguntando e respondendo: Quem é o candidato ideal para assumir o cargo pleiteado nessas eleições de 2010! Se ganharmos esse jogo, se soubermos responder com coerência, ganharemos o prêmio máximo de qualquer sociedade: CIDADANIA.

Nesse jogo não podemos em hipótese alguma perder, não podemos mais ser inconseqüentes, caso contrário não somos dignos dessa terra chamada BRASIL.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

ENSEADA

Gostaria de dividir com todos mensagens de amor, de paz e, acima de tudo, da capacidade de criação da espécie humana.
Contudo pesa-me os dedos ao teclar estas palavras porque não consigo, por mais que seja amante da produção humana, aceitar o descaso, a indiferença à vida proporcionada por uma cultura que privilegia um discurso absurdamente mentiroso e perverso: a destruição irresponsável da vida com a conivência das autoridades constituídas.
Quando assisti o filme Enseada, – veja o trailer clicando com o botão direito sobre o endereço:  http://youtu.be/TDklm9NBvck, opção abrir hiperlink - tive ímpetos de, alguma forma, denunciar esse espetáculo macabro, de não aceitar mais conviver com tanta estupidez que nos faz senhor da destruição.
Se ler esse texto não deixe de ver o trailer e, se possível,  vejo o filme, minhas palavras não são suficientementes compreensíveis para revelar o absurdo do sistema… (?)

terça-feira, 22 de junho de 2010

Se nada mais der certo

Filme de JOSÉ EDUARDO BELMONTE  produzido em 1988 com:


Cauã Reymond no papel de Leo
Caroline Abras no papel de Marcin
João miguel (excelente atuação em "estômago) no papel de Wilson



Leo (Cauã Reymond) é um jornalista endividaddo que faz trabalhos esporádicos sem receber pagamento, falta-lhe dinheiro para tudo:  Aluguel para a esposa anoréxica e viciada, o filho, o salário da secretária...
Para tentar sanar suas dívidas ele acaba  se envolvendo em golpes armados por "Marcin" (Caroline Abras), uma pessoa andrógena e que, por isso, adota nova identidade para encarar o mundo em que vive, juntamente com um motorista de taxi explorado que vê em Marcin a determinação de encarar a vida da mesma forma como é encarada.
O grande lance é que eles não se consideram marginais, mas marginalizados por uma sociedade global que explora os mais necessitados.

Dowload do trailer Se nada mais der certo

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Rumo de festa de confete da cultura brasileira

Estamos todos comprometidos com a cultura. Esse é um dado que não pode passar despercebido de qualquer discurso sério que tente compreender a dinâmica da produção humana, mesmo considerando aqueles tipos “alienados” e “alienantes” supostamente à margem da sociedade. Contudo, isso não significa que “todos” estão empenhados em discutir, questionar, promover cultura. Aqueles que compreendem a sua importância, que é salvaguarda do próprio homem na manutenção da vida, esses sim, têm por obrigação manifestarem-se conclusivamente.
Apoiado nessa sentença, permito-me fazer algumas colocações que sirvam de base para, pelo menos, compreendermos o nosso presente cultural, posto que o rumo futuro se delineia no exato momento em que escrevo. Aliás, devo desde já manifestar que estamos vivendo um processo de “demolição e de construção” de estruturas culturais, e acredito até que esse é o momento no qual transpomos a via não asfaltada, estropiada, sem rumo, e grande e velha contradição brasileira, sem porrada.
Não recordo o autor da frase: “toda cultura precisa de esperança, mesmo que vã”. Essa é daquelas verdades que ditas num instante de nobreza tocam nosso sentimento romântico de esperança, utópica talvez, mas que sem ela nossa vida fica vazia de sentido. Esperança num país no qual nossa gente sinta-se saciada da fome e da sede, sinta-se resgatada da pilhagem da produção criada tão duramente pelas mãos calejadas das senzalas, ou da quase extinção dos índios.
Pensar a cultura no Brasil de hoje é pensar na globalização. Vivemos ditaduras com seus atos Institucionais, exílios, mortes, destruição. Hoje acenamos ao mundo nosso lado capitalista e não mais somos vistos como mendigos latinos americanos da música de Belgior. Esse é o legado democrático pós revolução 64, em troca, nos engajamos no “Pop” áudio-visual de baixa qualidade e que reduz o conhecimento a papel picado, como os antigos confetes coloridos das belas noites de fevereiro de carnaval.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Inesquecível

Um filme de Paulo Sérgio Almeida- cineasta com vasta experiência no mercado de direção, produção e distribuição.
Dirigiu os longas: Xuxa e os duendes, sonho de verão, beijo na boca
paulosergioalmeida
Atores:
Murilo Benício no papel de Diego Borges
Caco Ciocler no papel de Guilherme Quiroga
Apresentando Guilhermina Guinle como Laura
Participação especial: Fernanda machado,
                                               Nildo parente.
Roteiro: Marcos Bernstein. Roteirista da nova geração, escreveu com João Emanuel Carneiro Central do Brasil (1998), de Walter Salles, ganhador do prêmio Sundance/NHK .
*
O filme foi inspirado na obra de Horácio Quiroga, escritor Uruguaio falecido em 1937.
Quiroga teve uma vida marcada por várias tragédias:  Seu pai suicida-se e logo a seguir seu padrasto. Aos 24 anos Quiroga mata acidentalmente um amigo com uma arma de fogo, antes disso teve dois irmãos falecidos.
Desesperado tenta o suicídio.
Casa-se aos 29 anos e leva a esposa, que tinha uma filha, para morar na selva trabalhando em plantações.
Desgostosa suicida-se.
Retorna a Montevidéu gozando do prestígio político do presidente, seu amigo, Baltazar Brum,  que logo depois é destituído do cargo e suicida-se.
Casa-se de novo e volta a morar na selva. A esposa abandona-o, é quando descobre que tem um câncer no estômago irreversível e que lhe causa profundas dores.
Suicida-se com cianureto.
Após sua morte suas filhas suicidam-se.

Adaptado da obra de Horácio Quiroga “ O espectro”, o filme tem sido  alvo de polêmica. Há aqueles que dizem ser embalagem dez e conteúdo zero. No outro extremo, o argumento de que sendo obra latino-americana deve ser entendida como ficção, sem o devido engajamento político do diretor. Vê-se que vale à pena assistir ao filme para depurá-lo e enriquecer o debate sobre a nova roupagem do cinema brasileiro.
Não pretendo defender qualquer dos lados em contenda, porém estou mais inclinado a aceitar o filme como uma estrumeira de uma paranóia que não se decide pela poesia ou pelo ordinário. A sensação que se tem é de que  a cena seguinte trairá a anterior, e se soltará dessa tênue linha que a põe na estrada da lucidez: Laura não aparece nua, mas a freqüência com que a vemos na cama nos dá a impressão de que o seu papel é maior que o roteiro determina.
Diego é um verdadeiro camaleão, parece-nos que a cada nova cena se transformará num louco estereotipado dos piores filmes de assassinato. E se acham uma inovação o desdobramento final no qual o sorriso de deboche ecoa na sala de cinema, pareceu-me uma chanchada da Atlântida   de Luiz Severiano ribeiro – lucro.
Guilherme Quiroga é o pior dos piores vilões. É aquele sujeito com cara de santo, fala de santo, mas que não se deixe  só com uma santa… e ainda fica com raiva quando o amigo o encosta na parede e diz que ele não teve sucesso na vida; “não sou como você”, é o que ele diz, contudo o outro é todo sucesso.
Enfim, prefiro esquecer essa produção do cinema nacional, mas quero continuar indo à sala de projeção sabendo que coisas boas estão acontecendo. Inesquecível foi uma gripe que tratada com vitamina “C” e lenço tem endereço certo…

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Roteiro turístico - Ilha das Caieiras, Vitória ES. Passeio em família.







Ilha dasCaieiras - Tem essa denominação derivada de dois fatores: geográfico e econômico.

Já nas primeira cartas náuticas após a ocupação da capitania do ES por Vasco Fernandes Coutinho, a região apresenta-se como um manguezal que nas cheias transforna-se em uma grande ilha.

Na década de 20 do século passsado, José Lemos de Miranda construiu um forno - caieira - para produção da cal em razão da grande quantidade de molusco presente à região, que depois de ensacada era exportada pelo porto de Vitória.

                                                                *
Contornando a ilha de Vitória, lado oeste, pela Rodovia Serafim Derenze, chega-se ao bairro Conquista, extensão do maciço da Fonte Grande.

No alto do morro foi construído um mirante.

Vê-se a geografia do Moxuara - figura 1 acima, no município de Cariacica  e do Mestre alvares no município da Serra - figura 2, abaixo.

A Ilha das Caieiras faz parte do complexo demográfico da “Grande São Pedro”, que compreende 10 bairros.

Continuando pela Serafim Derenze chegamos a São Pedro V, entrada para a cooperativa das desfiadeiras de siri, atrativo cultural de bairro pesqueiro e fonte de renda e dignidade para seus membros moradores da Ilha.
Por fim chegamos ao Píer
com uma vista mais que deslumbrante.

 E, para apreciar a natureza degustando um bom prato de casquinha de Sirí,
nos sentamos, eu e minha esposa  e ali ficamos horas coversando e bebendo uma cerveja geladíssima, enquanto ficávamos embriagados com a beleza sa região.

- Pena que nos cobraram $ 4,50 a garrafa.

Terminado o aperitivo, fomos almoçar em um dos vários restaurantes na proximidade.
Comemos uma Moqueca de Badejo por $ 75,00.

Acho que a fome nos fez esquecer de tirar fotos do prato de moqueca - não se confunda com Peixada, é outra coisa!

A Moqueca não leva leite de côco e muito menos azeite de dendê. Ela é BÁSICA no que se refere ao tempero: alho, tomate e extrato, coentro, cebola e, o principal, cozinhada na panela  feita  de barro  extraído  do mangue, e que depois de pronta  leva uma camada de tinta preta extraída de planta local.

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sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Insônia

Deito, quero dormir.
Viro para a esquerda, direita, olho para o teto.., O teto! Há efetivamente um teto, é ele que não me deixa dormir. Limita meu raio de visão. Mas, se não quero ver? Quero dormir!
Não consigo fechar os olhos, insistem desafiantes ficar abertos. Eles insistem querer continuar vivendo.
Viver para quê?
Dormir é morrer? É falta de informação, de experiência.
Talvez seja essa a morte dos poetas.
Mas, que droga, não a minha, só quero dormir. Que se dane a experiência e a ciência, dane-se o homem e a noite e a poesia, dane-se a vida, porque só a terei se dormir e não consigo.
Oprime-me ficar pensando, então levanto da cama. Ainda consigo levantar.
Caminho incerto na escuridão da noite, minha companheira de insônia, incerto por entre quartos, sala e cozinha incertos, com a certeza de que tudo é incerto: minha vida, meu salário, minha escova de dentes, meu óculos...
Meu sono é incerto, não tem dia, não tem hora. Nem lembro quando dormi a última vez.
Cadê meu cigarro?
Não tenho mais cigarros, faz mal aos nervos, prejudica o sono. Não, efetivamente não é o teto que me oprime, é o cigarro.
O cigarro recolhe ao governo 77% de imposto sobre a produção e venda.
Com toda essa dinheirama constroem-se casas populares com tetos baixos, um quarto e uma cozinha.
Preciso de um cigarro para dormir.
cigarro i

Programação de fim-de ano 2010.

Como todos os anos acontece, este não foi diferente, trabalhei até às 13:00h.
Almocei com minha esposa. Nossos filhos estavam viajando.
31 de dezembro de 2009, a virada, o momento da transformação, mesmo que seja queima de fogos inconseguente no céu nublado de uma Vitória que não estampava no rosto a alegria de um ano novo repleto de felicidade. Mas, o brasileiro é festivo, teimoso mesmo. get queima de fogos 2009
A lua sim, essa mereceu toda  nossa atenção e acho que a festa foi dedicada a ela, porque crescia em tamanho, mesmo com algumas nuvens que tentavam encobrir seu brilho.
Aqui, na terra tupiniquim, a prefeitura, insistindo para que a população ficasse até ao último minuto da noite, diminuiu o número de ônibus em circulação e o que se via por toda extensão da belíssima Av Dante, que  estava decorada para não competir com beleza da Lua, eram casais enamorados aguardando pacientes uma condução para retornar à sua realidade.
Não estão sabendo? A partir de primeiro de janeiro de 2010 as passagens de ônibus serão reajustadas.
Quem paga o preço da festa é aquele que não promoveu a FESTA.