sábado, 28 de agosto de 2010

ALUNOS E PROFESSORES: CONFLITOS OU CONFRONTOS IDEOLÓGICOS.

 

Às vezes é difícil mesmo fazer o dever de casa passado pela escola onde se estuda. E o é por um único motivo: não se ensina estudar, toca-se a matéria como se come batata frita, não importando se é causa de problemas orgânicos.

Quem perde? O aluno, sempre. Perde porque fica limitado a um determinado grupo social marginalizado, normalmente de baixa renda e condições precárias de vida.

E o professor? Esse faz a diferença porque é estudado, e está empregado. Mas às vezes acontece o inesperado na sua conduta:

- Por que não teremos aula hoje? Pergunta o aluno

- O professor adoeceu.

- De novo?

Aluno e professor, duas forças que se conflitam diariamente com interesses aparentemente concordantes, mas que não se conciliam por diversos fatores desagregadores de ambos os lados: família, ou ausência de família na educação dos filhos; ausência de proposta pedagógica que contemple a atividade educacional com eficiência, ou que pelo menos chegue à sala de aula; ou seja, que saia do laboratório, maior beneficiário de verba pública em detrimento do ambiente educacional. Mas principalmente pela percepção das forças envolvidas, principalmente pelo aluno, beneficiário direto da farsa de que o sistema (entenda-se o capital) necessita de mão de obra não especializada como reserva para um mercado em expansão; é mais ou menos como uma casa que mantém duas caixas d’água; uma para uso corrente e outra que será utilizada na falta da primeira, e enquanto isso não acontece é relegada a um canto qualquer sob condições de higiene precárias. A conseqüência é que a máquina educacional trava por falta de comprometimento e confronto com o embasamento social constituído. Dessa forma, o aluno tende a crê, por repetição, já que os estímulos positivos não surtem mais os efeitos desejados uma vez que o código linguístico não se renova. Então ele compreende que nunca se formará médico ou engenheiro, em verdade se repete nos calos de seus pais quando ainda enfeitiçado pelo discurso subjetivo da ética.

- Estuda menino (a)! Se quiser ser alguém na vida precisa estudar. Diz a sociedade cativa desse jogo de cartas marcadas.

O garoto (a) ao caminhar pelas ruas apreciando os belos automóveis, casas, roupas, etc.. cotejando com o seu ambiente de moradia, quer acreditar que estudando terá acesso a esses bens, e os teria se lhe fosse dada a oportunidade em condições de igualdade com as classes que se reproduzem em ambiente diferente, abastadas. É uma lógica perversa, porém intrínseca ao capitalismo. Sua esperança estaria nas “mãos” do professor (pelo menos uma melhora substancial no seu padrão de vida), a quem compete exercer o ofício de educar. Infelizmente ele, professor, negocia com o sistema em bases desiguais, não por incapacidade, mas por persuasão financeira. O salário sempre perde, tornando a prestação de serviço eficiente para os interesses dos mais fortes representados pelo poder público.

Poderíamos questionar então o motivo pelos quais esse garoto (a) e esse professor elegem os mesmos representantes que lhes fecham a porta de entrada social: Propaganda ideológica, capaz de alterar o campo cognitivo da pessoa, e ironicamente esse mesmo sistema é reabastecido por esses mesmos personagens sustentando indefinidamente o conflito, nunca o confronto...

E você? Já fez a opção DEMOCRÁTICA da obrigatoriedade do voto, e escolheu seu próximo candidato? Pense no seu País e nas possibilidades de melhoria de vida se souber identificar o melhor candidato por debaixo das diversas camadas de apelo ideológico. Tarefa difícil, Deus nos ajude!

Esse é um ponto importante, porém como o texto está bastante extenso farei nova postagem tentando compreender a perpetuação do poder público nas mãos de uns poucos privilegiados.

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