domingo, 29 de agosto de 2010

O BEM AMADO


Questionava nesse espaço com o título “alunos e professores: conflitos ou confrontos”, depois de argumentar que a solução passa inevitavelmente pelo poder público, alvo de crítica por esses mesmos personagens, e que, no entanto, repete seu voto na manutenção do conflito.
Assistindo o filme de Dias Gomes “O BEM AMADO”,

O bem amado
Atores: Marco Nanini , Matheus Nachtergaele , José Wilker,  Tonico Pereira, Caio Blat , Andréa Beltrão, Zezé Polessa, Drica Moraes 
site oficial:http://www.obemamado.com.br/
direção: Guel Arraes
roteiro:Cláudio Paiva e Guel Arraes, baseado na obra de Dias Gomes
produção:Paula Lavigne
música:Caetano Veloso, Mauro Lima, Berna Ceppas e Kassin
fotografia:Dudu Miranda e Paulo Souza
direção de arte:Claudio Amaral Peixoto


em cartaz, atinei que pode ser a melhor, pelo menos a mais didática, forma de compreender e dá resposta à quetão acima.
O filme começa com o “povo” invadindo a prefeitura de Sucupira, uma pequena cidade interiorana, sucedendo a morte do prefeito.
O carismático Odorico Paraguaçu (Marco Nanini) é então eleito prefeito, e a história segue com a persistência de construir um cemitério. Durante a execução do projeto rola todo tipo de propina, suborno etc. etc. entretanto o povo é mantido em silêncio, já que a administração é autoritária e o povo não  manifesta interesse; o foco do discurso está voltado para o defunto que não aparece para inaugurar o cemitério. Assim o filme se fragmenta com os personagens “levando a vida” indiferente à política e nem ao menos compreendendo que suas vidas estão sendo traçadas por um populista. As irmãs Cajazeiras estão preocupadas com o “solteirismo” imposto pelo prefeito, já que na cidade não tem oferta de homens. Zeca Diabo, pistoleiro regenerado, é usado pelo prefeito para arranjar um defunto; até o presidente da oposição (comunista) aceita propina para se calar diante de tantos absurdos. E Odorico é morto porque seu nome é vinculado a um crime passional.
Guel Arraes dirigiu o filme com a sabedoria e capacidade que lhes são próprias. Usando um recurso subjetivo de conotação de veracidade faz uma ligação do que se sucede em Sucupira com o golpe de 64, já que a novela, O bem amado, protagonizada pelo falecido Paulo Gracindo é verdadeiramente anterior ao golpe. E num dos momentos críticos, apresenta as diversas correntes política – inclusive o presidente Luiz Inácio da Silva – no palanque com promessas de apoio ao povo sofrido brasileiro.
Agora você deve está se perguntado: o que há em comum tudo isso? Assista o filme, olhe para sua vida, e se pergunte: sou alienado?, deixo-me  ser manobrado por discursos ideológicos? Se sua resposta for tanto faz, sempre existirá um aproveitador, lembre-se de cobrar a lição de casa de seu filho, e se perceber que ele não consegue avançar procure a escola, o professor, a diretora. Se nada der certo seja radical, não vote novamente no seu político de estimação: O BEM AMADO. Apenas divirta-se com ele, ele é o palhaço, que nos faz de idiotas.

Um comentário:

  1. Muito interessante seu blog!
    Esse filme não vi ainda, mas pretendo assistir em breve.
    Gostei da narrativa. Histórias desse tipo são mesmo muito divertidas. ;)

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