domingo, 7 de fevereiro de 2010

Inesquecível

Um filme de Paulo Sérgio Almeida- cineasta com vasta experiência no mercado de direção, produção e distribuição.
Dirigiu os longas: Xuxa e os duendes, sonho de verão, beijo na boca
paulosergioalmeida
Atores:
Murilo Benício no papel de Diego Borges
Caco Ciocler no papel de Guilherme Quiroga
Apresentando Guilhermina Guinle como Laura
Participação especial: Fernanda machado,
                                               Nildo parente.
Roteiro: Marcos Bernstein. Roteirista da nova geração, escreveu com João Emanuel Carneiro Central do Brasil (1998), de Walter Salles, ganhador do prêmio Sundance/NHK .
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O filme foi inspirado na obra de Horácio Quiroga, escritor Uruguaio falecido em 1937.
Quiroga teve uma vida marcada por várias tragédias:  Seu pai suicida-se e logo a seguir seu padrasto. Aos 24 anos Quiroga mata acidentalmente um amigo com uma arma de fogo, antes disso teve dois irmãos falecidos.
Desesperado tenta o suicídio.
Casa-se aos 29 anos e leva a esposa, que tinha uma filha, para morar na selva trabalhando em plantações.
Desgostosa suicida-se.
Retorna a Montevidéu gozando do prestígio político do presidente, seu amigo, Baltazar Brum,  que logo depois é destituído do cargo e suicida-se.
Casa-se de novo e volta a morar na selva. A esposa abandona-o, é quando descobre que tem um câncer no estômago irreversível e que lhe causa profundas dores.
Suicida-se com cianureto.
Após sua morte suas filhas suicidam-se.

Adaptado da obra de Horácio Quiroga “ O espectro”, o filme tem sido  alvo de polêmica. Há aqueles que dizem ser embalagem dez e conteúdo zero. No outro extremo, o argumento de que sendo obra latino-americana deve ser entendida como ficção, sem o devido engajamento político do diretor. Vê-se que vale à pena assistir ao filme para depurá-lo e enriquecer o debate sobre a nova roupagem do cinema brasileiro.
Não pretendo defender qualquer dos lados em contenda, porém estou mais inclinado a aceitar o filme como uma estrumeira de uma paranóia que não se decide pela poesia ou pelo ordinário. A sensação que se tem é de que  a cena seguinte trairá a anterior, e se soltará dessa tênue linha que a põe na estrada da lucidez: Laura não aparece nua, mas a freqüência com que a vemos na cama nos dá a impressão de que o seu papel é maior que o roteiro determina.
Diego é um verdadeiro camaleão, parece-nos que a cada nova cena se transformará num louco estereotipado dos piores filmes de assassinato. E se acham uma inovação o desdobramento final no qual o sorriso de deboche ecoa na sala de cinema, pareceu-me uma chanchada da Atlântida   de Luiz Severiano ribeiro – lucro.
Guilherme Quiroga é o pior dos piores vilões. É aquele sujeito com cara de santo, fala de santo, mas que não se deixe  só com uma santa… e ainda fica com raiva quando o amigo o encosta na parede e diz que ele não teve sucesso na vida; “não sou como você”, é o que ele diz, contudo o outro é todo sucesso.
Enfim, prefiro esquecer essa produção do cinema nacional, mas quero continuar indo à sala de projeção sabendo que coisas boas estão acontecendo. Inesquecível foi uma gripe que tratada com vitamina “C” e lenço tem endereço certo…

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