quinta-feira, 30 de julho de 2009

POR UMA ESCOLA LIBERTÁRIA, IGUALITÁRIA, FRATERNAL.



A escola é o principal instrumental humano do conhecimento responsável e cidadão. Ações na defesa da conservação e transmissão do material cultural, acumuladas em todas as épocas, perpassam a linha histórica, às vezes com gestos de ousada grandeza.

Durante a Idade Média, o conhecimento era transmitido à aristocracia. Esta classe monopolizava o conhecimento enquanto aquela outra,de menor poder socio-econômico,vendia seu único bem, a força de trabalho, a preço de banana.
O saber era uma exclusividade social e conquistá-lo era uma questão de nascença.
Nos tempos modernos, através das lutas trabalhistas, o direito ao conhecimento expandiu-se a todas às classes sociais. A escola estava reformada, e, através dela, a possibilidade de ascensão social.


A evasão escolar acelerada nas últimas décadas, com os filhos compondo a renda familiar, se perpetua a despeito de ações promovidas pelas mesmas escolas. A conseqüência é uma relação conflituosa entre professores, coordenadores e pais de um lado, e alunos arrogantes, despreparados, de outro.
O poder público, sem a autoridade necessária de transformação, pressionado, atua no sentido de fazer da escola um noticiário policial. Essa postura em relação à escola funcionou até o momento em que um elemento novo passou a fazer parte, como solução, apesar dos danos sociais, das respostas as profundas desigualdades sociais: as drogas.
Consumidas pelas classes médias altas, que não hesitam comercializá-la por elevados preços, assume conotação burguesa com transferencia de renda às avessas, proporcionando um lucro que, talvez, nenhuma atividade lícita consiga. Livre de impostos, taxas, os contraventores começam a constituir um estado paralelo, desafiante ao poder estabelecido legitimamente.
A escola, na tentativa de perpetuar o mesmo padrão de comportamento de décadas, choca-se com os novos interesses daqueles que a viam como alternativa, embora inconsciente, de mudança social. Os conflitos são freqüentes e os sinais que nos chegam dessa nova postura diante de um novo conceito, são no sentido de repensar a escola sob novas perspectivas. A escola é um meio de se obter resultados, é dinâmica, transformadora, não pode ser impositiva, restritiva. Nesse sentido deve estar integrada com aqueles que a usam como possibilidade de escolha.

Paliativos como "Bolsa Sedu", promovidos pelo poder público, ausente do verdadeiro embate entre os interesses da escola atual e as necessidades de sobrevivência, nos levam a imaginar, até mesmo pela promiscuidade entre poder público e privado quando aliados na prestação de serviços, o grande desperdício de recursos financeiros da maquina pública sem obter com isso resultados satisfatórios: morre-se de balas perdidas. Morre-se por qualquer motivo.

Iniciativas como a promovida pela rede Tribuna de jornais- seminário da educação - são válidas e consistentes se, e apenas se, atacarem o problema da escola direta e objetivamente, sem preconceitos ou falsos moralismos, compreendendo que a escola não é o problema a ser resolvido, ela é a conseqüência legítima de forças que tentam acomodar-se sobre novas formas de relações sociais e forças mantenedoras da ortodoxia histórica intransigente, arbitrária, policial, com conseqüências as mais diversas, mas sempre em colisão com os preceitos éticos de Liberdade, Igualdade e Fraternidade.



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