quarta-feira, 22 de julho de 2009

ESCOLA: CASO DE POLÍCIA?


CONTINUAÇAO.












Dizíamos na nossa primeira postagem, referente à escola pública, do risco advindo da falta de planejamento e aplicabilidade de uma política sócio educacional pertinente à realidade econômica brasileira. Dizíamos do risco de ver com mais freqüência as manifestaçoes escolares nos principais periódicos, nas páginas policiais. Pois muito bem, há apenas dois meses daquela postagem, vejo sem grande susto manchete em que três crianças da sétima série do ensino fundamental, com idades entre 12 e 15 anos, agridem coordenadora de 63 anos por motivo, segundo a manchete, fútil, como se para a criança agressora normas e limites de comportamento fossem aspectos do mesmo contexto de sua realidade. Antes de tudo é preciso que nossa mídia compreenda a gravidade do momento atual e que não jogue na mesma lata do lixo social alunos despreparos por uma sociedade que condena e que é, ao mesmo tempo, o suporte socializante. A mídia, que explora comercialmente a violência, sobretudo aquela produzida pela classe menos favorecida, insere as escolas nas páginas policiais com um linguajar que aos poucos se vai consolidando como apropriado, justificado. Termos como "segurança escolar", "cadastro de alunos brigões", "gestores para mediar conflitos", entre outros, são eufemismo que traduzem muito mais um ambiente carcerário que uma escola.
Diante de tantos desmandos, desacertos, barbarismos, a Secretaria de Educação nos presenteia com mais uma luz plutônia. Um rol de medidas saneadoras, um “plano articulado de segurança”













Sabemos que a escola é um meio, não um fim em si mesmo. A postura pedagógica curricular de entender a escola como reflexo do econômico, tentando reproduzir elementos excêntricos à sua natureza, acaba por criar formas robotizadas de comportamento , quando obtém respostas positivas, nada mais. As estatísticas nos mostram que uma pequena parcela da população escolar de 1°grau consegue chegar às portas da universidade, e, quando acontece, é excluída por força do baixo poder aquisitivo forçada que é a complementar a renda familiar.

A colocação de grades, câmeras, catracas eletrônicas,sensores, etc. como forma de combate à violência nas escolas, é a repetição de erros históricos para com a educação. Como afirmamos, a escola é um meio de se obter à sociedade elementos construtores e de perpetuação do conhecimento. Isolar a escola como forma de preservação dessa mesma escola, é negar a transformação de uma comunidade que procura seu espaço social digno, mesmo que para isso produza violência. As autoridades educacionais devem ouvir esse grito de transformação e agir em atenção às mudanças necessitadas antes que a violência trespasse os muros que a protegem sangrando-a de morte. A escola encontra-se inserida na comunidade e dela faz sua matéria-prima. Construir grades de separação é o testemunho do isolamento da comunidade, sua força produtiva. Nesse contexto não temos escola. Temos isto sim, creches para adolescentes, e adolescentes infratores alimentados da escola e defecando em nossas cabeças pasmadas. PT. Tenho dito.

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