domingo, 8 de fevereiro de 2009

O poder das palavras

15 de janeiro
O poder das palavras

A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS.



MARKUS ZUSAK

A menina que roubava livros é, sem dúvida, um romance inovador na forma, na maneira de comunicar, na moldura grossa de um cinza escuro sem luar; de um estilo que prende a respiração por medo ou dor. A "Morte", narradora, transborda o texto, convida á leitura... Muito apropriado a conduzir o leitor por caminhos tortuosos.
Do susto inicial, dá-se a conhecer uma menina abandonada pela mãe, pesarosa do irmão morto estendido na neve.
Primeiro furto.
Um personagem judeu introduzido na trama, fugindo á perseguição nazista, aterrissa no porão da casa da nova família da menina. O horror do holocausto é exposto com excessivo sentimentalismo... Um melodrama. Aliás, esta é a tônica do romance.
Seqüência de furtos.
Por fim, o bombardeio sobre a cidade, a rua, e a morte dos personagens, á exceção da menina que resiste heroicamente após ter sido soterrada segurando um livro; e o rapaz judeu, que reaparecerá no final da história já casado com liesel.
Em toda a narrativa manifesta-se o poder da força das palavras àqueles que as usam. De forma explícita joga-se com o maniqueísmo simplório entre bom e mau: O Fuhrer e suas palavras - Minha luta - com discurso de mortandade, em especial aos judeus. Por outro, a menina que roubava livros transformando-o em ação pela vida.
Enfim, um romance medíocre, de conteúdo pobre. Apresenta-se garbo, gigante, vestido de um escuro chocolate e pintado de um episódio insano - entre tantos da história humana- NAZISMO. Desta pleonástica união despontam personagens fracos, instáveis, sentimentais, apoiados na força da história e nos personagens históricos que lhes conferem melhor talho. O leitor, seduzido pela força da narradora, alimenta a esperança de que irão explodir, amadurecer, criar projeção para além da que lhes confere á morte. Mas não é isso o que acontece. Queda-se prostrado diante de uma menina a segurar ás mãos os pais mortos numa rua imunda de escombros de guerra a chorar, a pedir o acordeão que tantas vezes seu pai tocara, como se o mesmo pudesse devolvê-los á vida.
Chega-se, então, ao fim do romance desgastado e aturdido, pois, só neste momento, o leitor dá-se conta que ficou com uma batata quente ás mãos: A existência humana vale a pena?
10:55 Adicionar um comentário Ler comentários (1) Link permanente Exibir trackbacks (0) Incluir no

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